O Deus que se revela - PORTAS ABERTAS 2012 - 1º Encontro

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Projeto Portas Abertas 2012

Reflexão dos Encontros nos lares em preparação para a Páscoa


TEMA 2012:
“O DEUS QUE SE REVELA NA VIDA, NA ORAÇÃO E NAS ESCRITURAS”

VERSÍCULO CHAVE:
“OS CÉUS PROCLAMAM A GLÓRIA DE DEUS, E O FIRMAMENTO ANUNCIA AS OBRAS DAS SUAS MÃOS”. SALMO 19.1

1º Encontro

Tema: O Deus que se revela
Versículo-chave: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos”. Sl 19.1


João Calvino, o maior teólogo e exegeta da Reforma Protestante, escreveu sobre o Salmo 19: “Davi, com o intuito de encorajar os fiéis a contemplarem a glória de Deus, põe diante deles, em primeiro plano, um espelho dela na textura dos céus e na admirável ordem de sua estrutura, para que a visualizemos...” (O Livro dos Salmos, João Calvino, pág. 411, Ed. PES).
Ele escreveu sobre  versículo 1, que hoje destacamos para a nossa meditação: “Ele [Davi] introduz os céus como testemunhas e anunciadores da glória de Deus, atribuindo à criatura muda a qualidade que, estritamente falando, não lhe pertence, a fim de mais severamente chamar a atenção dos homens para sua ingratidão, caso ignorem tão nítido testemunho fazendo ouvidos moucos. Esse modo de falar nos move e afeta mais poderosamente do que se ele dissesse: Os céus mostram ou revelam a glória de Deus. É realmente muito importante que no esplendor dos céus esteja apresentada à nossa vista a vívida imagem de Deus; mas, visto que a voz audível tem maior efeito em excitar nossa atenção, ou pelo menos nos ensina mais seguramente e com maior proveito do que a simples visão, à qual não se acrescenta nenhuma instrução oral, temos que realçar a força da figura que o salmista usa quando diz que os céus, com sua pregação, declara a glória de Deus”.
O Deus que se revela, eis a nossa primeira sentença do nosso tema anual para a nossa meditação nas Igrejas da Comunidade Metropolitana do Brasil. Este Deus que se revela, afirma o Reformador, e, antes dele, o salmista, revela-se até mesmo na natureza, na sua criação, e os céus, que não têm o poder do discurso, o sentido da fala, proclamam a glória do Eterno, desse Deus que chamamos de Pai e Mãe.
Deus, o nosso Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, Deus vivo e verdadeiro, revela-se, ou seja, mostra-se, desvela-se, no objetivo de ter uma relação com as suas criaturas. Calvino chega a dizer, no Livro I das Institutas da Religião Cristã, que o mundo, ou seja, a natureza, este belo teatro, nas palavras dele, bastaria para nos convencer de que Deus existe e de que Ele nos ama ao ter nos criado e nos dado o mundo sob o nosso domínio, de maneira que, a natureza mesma revela este Deus e de maneira tal, que não precisaria de outra revelação de Deus para que nós, seres humanos, encontrássemos com esse Deus de maneira pessoal e ter com Ele um relacionamento de filhos e filhas com o Pai/Mãe.
Todavia, o ser humano, não raras vezes, confunde o concreto da natureza (a pedra, p.ex. ou o sol e a lua) com o próprio Deus, não enxergando que a criação não é Deus em si, mas que Ele é o autor deste belo teatro para o uso fruto daqueles que Ele antes da existência de todas as coisas, amou e ainda ama.
A mudez dos céus e da natureza, que não possuem o sentido humano da fala, da oralidade, testemunham que este Deus existe e que não apenas existe, mas que nos ama, de maneira tal, que criou todas as coisas para o nosso bem.
Este Deus se revela porque Ele não quer  permanecer abscôndito, escondido, distante de seus filhos e filhas, ao contrário, Ele quer estar junto, quer viver conosco, quer nos falar e nos ouvir – mais ainda! – Ele quer trabalhar por nós, ser por nós, nos abençoar e nos auxiliar em todas as lutas humanas que aqui nesta peregrinação enfrentamos.
Neste momento, em muitas faculdades de teologia, mestres e doutores se preocupam com a situação do nosso planeta e a ecologia, p.ex., tem sido um tema muito trabalhado nos gabinetes e seminários dessas escolas. O belo teatro, segundo as palavras do Reformador, tem sido continuamente destruído pelos filhos e filhas de Deus, que desta maneira, demonstram ingratidão a Deus pelo dom concedido, a saber, o dom da natureza presente no planeta Terra. É um assunto novíssimo na Academia Teológica, mas que tem ocupado cada vez mais lugar nas preocupações daqueles e daquelas que pensam no Deus bíblico, que se revela na natureza por Ele criada.
A ICM como a Igreja dos Direitos Humanos pensa, crê e confessa esse Deus que se revela e luta por justiça social onde quer que esteja. O tema da ecologia também deve entrar nas nossas preocupações enquanto servos e servas de Deus na ICM. Paulo, o apóstolo dos gentios, escreve que a natureza “geme”. Fosse hoje, talvez Paulo escrevesse: a natureza agoniza.
O grande teólogo Leonardo Boff, tem se preocupado muito com o tema, publicando livros e artigos, além de ministrar palestras sobre o mesmo. Boff tem chamado atenção da Igreja para que o tema entre na agenda das nossas reflexões, atividades e práticas. Rubem Alves é outro grande teólogo que tem se preocupado com o tema e escrito sobre isso, convidando a Igreja para pensar o papel da Igreja na questão ecológica, pois Deus se revela também na ecologia, como afirma o versículo que destacamos como nosso lema do Salmo 19.
A ICM não pode ficar de fora deste debate, tampouco ignorá-lo, porque somos a Igreja dos Direitos Humanos, somos aqueles e aquelas que lutam por um mundo melhor, saudável e seguro, curado das mazelas que nós mesmos, seres humanos, produzimos. A ICM precisa se engajar na reflexão do que Leonardo Boff chama de “eco-espiritualidade”, porque isso nos engajará, ainda mais, não apenas na nossa luta já posta contra toda a injustiça humana, como também na concretude do que chamamos de “construção da civilização do amor”.
Ora, não é possível construir a civilização do amor, deixando de fora a ecologia e seus temas transversais. A Terra é a nossa “oikos”, a nossa casa, o palco da vida. Como será possível viver e lutar no chão da vida, pela construção da civilização do amor – com justiça e igualdade de direitos, entre outras coisas – se não cuidarmos da Mãe Terra, onde Deus também se revela, como afirma o salmista?
A Quaresma é um tempo forte da Igreja e é tempo forte porque é tempo de reflexão profunda sobre o nosso caminhar sobre a Terra com Jesus Cristo. A Quaresma nos chama à conversão, à mudança de rumos, a mudar o rumo do barco da nossa vida, não apenas individualmente, mas, de igual modo, comunitariamente. A ICM nesta Quaresma, precisa pensar, refletir e mudar o que precisa ser mudado, na nossa práxis, não apenas individual, mas também comunitária. Creio que o tema da eco-espiritualidade – tema atualíssimo, urgente e necessário – deve entrar na nossa agenda de reflexão e de ações, neste ano de 2012 e jamais ficar de fora até Jesus voltar.

 

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