Colaboração de Virginia Woolf para visibilidade lésbica

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Em comemoração ao Dia da Visibilidade Lésbica, 29 de agosto, Mix relembra trajetória de Virginia Woolf

Virginia Woolf (1882-1941), nome de grande expressão na comunidade lésbica, fundadora da primeira Editora GLS da História - a Hogarth Press - ajudou a difundir trabalhos  de muitas escritoras e poetas.

Usando sua reputação pessoal e o poder de penetração da Hogarth, deu visibilidade a causas pacifistas, esquerdistas, liberais e feministas, como o direito de voto para a mulheres. Apesar de recusar diversos prêmios e honras acadêmicas, Virginia Woolf aceitou receber um prêmio literário importante concedido apenas a escritoras: o “Fémina”, em 1938.

A faca de dois gumes

Portadora de psicose maníaco-depressiva, oscilava entre a euforia e a depressão -  “a faca de dois gumes” como ela definia sua doença - não tinha um ritmo constante de produção literária, apesar do sucesso de crítica e de público, até nossos dias.

O sofrimento piorou e, após diversas tentativas mal sucedidas, Virginia cometeu suicídio por afogamento, no Rio Ouse. 

Luzes e sombras
Adeline Virginia Stephen Woolf, escritora, crítica literária, conferencista e editora, nasceu e  cresceu em uma família culta, onde o pai - Leslie Stephen - renomado homem de letras era o modelo a ser perseguido e a mãe, mulher belíssima, um ideal também inatingível.

Criada em ambiente sofisticado, Virginia apresentou desde menina uma personalidade angustiada. A adolescência foi marcada por uma sequência de perdas (mãe e dois irmãos), agravando a doença mental que a acompanhou por toda vida. 

O Grupo de Bloomsbury
A família mudou-se para Bloomsbury, um bairro londrino que veio a dar nome a um grupo de artistas e intelectuais. O movimento começou com o irmão de Virgínia, Thoby, e seus amigos da Universidade e continuou com encontros semanais, nas noites de quinta-feira, que causaram uma combustão espontânea de idéias e novas atitudes.

Era uma espécie de tertúlia, onde se discutiam arte, literatura e notícias políticas sobre pacifismo e socialismo. Este círculo literário, que tinha grande abertura para as experiências eróticas e hostilidade em relação às convenções sociais teve enorme importância na história da homossexualidade entre a classe dominante, na Inglaterra da primeira metade do século XX.

Depois da morte de Thoby, Virginia junto com a irmã sobrevivente – a pintora Vanessa Bell - organizou uma rotina de trabalho constante. Educadas em casa (na biblioteca do pai) por preceptores e professores, as duas irmãs entraram juntas na Universidade de Cambridge.
Nasce a Hogarth Press
Em 1912, Virgínia casou-se com Leonard Woolf, também membro do Grupo de Bloomsbury. Já em 1917, Leonard e Virginia aprenderam a usar impressora e fundaram a editora Hogarth Press, como tentativa de engajar Virginia num trabalho prático para, de alguma forma, aliviar sua angústia constante. 

A Hogarth Press, que funcionou a princípo na sala de jantar da mansão do casal, (Hogarth House em Richmond, Inglaterra) além de dar a Virginia a liberdade de escrever o que desejasse, numa iniciativa pioneira para a época, publicou trabalhos de vários escritores, sendo considerada a primeira editora exclusivamente  GLS.

A primeira obra publicada - "Two Stories", escrita pelo casal - foi ilustrada por Dora Carrington.

Engajamento GLS
Em 1921, a Editora, agora com equipamentos mais sofisticados, mudou-se para a Tavistock Square. Continuou a publicar livros dos mesmos autores e mais os da escritora Vita Sackville-West, com quem Virginia vivenciou um tumultuado romance. 

Traduções da moderna literatura russa da época (Chekhov e  Dostoevsky) foram introduzidas no catálogo da Hogarth, assim como as novelas de Virginia. Entre 1917 e 1946, foram publicados 525 títulos (34 feitos à mão pelos Woolfs) incluindo traduções das obras de Sigmund Freud, trabalhos de. T.S. Eliot, E.M. Forster, Katherine Mansfield, Robert Graves, H.G. Wells  e muitos outros.

Ousadia na independência

Vanessa Bell, que sempre colaborou com a irmã e o cunhado desenhando as capas dos livros, criou a logomarca da empresa: uma cabeça de lobo estilizada. A fama da Editora tinha a ver diretamente com a proeminência de seus proprietários, que puderam ousar publicações experimentais, baseadas no seu gosto pessoal.         

A Hogarth Press foi operada pelo casal até o final de 1938, quando Virginia vendeu sua parte na sociedade a John Lehmann. Ele e Leonard Woolf tocaram a empresa até 1946, quando foi vendida aos diretores da  Chatto & Windus, que continuaram a publicar de acordo com a tradição e orientação originais. (Fonte MixBrasil)

Última atualização em Qui, 30 de Agosto de 2012 03:46

 

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